Flebectomia

O que é?
A flebectomia é um procedimento cirúrgico, realizado sempre por um médico cirurgião vascular, com o intuito de retirar varizes das pernas através de pequenas incisões. Nessa técnica, aquelas veias mais calibrosas, tortuosas e saltadas da pele são retiradas. Essas veias, em função do tamanho, não respondem bem ao tratamento com aplicações e por isso devem ser retiradas com uma cirurgia. Também é uma técnica indicada quando procedimentos menos invasivos falharam anteriormente.

Para quem é indicada?
A flebectomia é indicada para aqueles pacientes que tem veias dilatadas e tortuosas nas pernas, visíveis a olho nu e que provocam sintomas no local onde estão (tais como dor, queimação) ou a distância como dor em peso, queimação nos pés, sensação de cansaço ou inchaço das pernas no final do dia. Essas veias, em condições normais, deveriam levar o sangue no sentido dos pés para o coração. Mas, ao se dilatarem, adoecem e perdem essa função, permitindo que parte do sangue se acumule nas partes mais baixas dos membros e provoquem os sintomas acima listados. A retirada cirúrgica dessas veias, através da flebectomia, é capaz de melhorar o funcionamento da nossa circulação e aliviar ou mesmo resolver as queixas.  

Existe alguma contraindicação?
A flebectomia não deve ser realizada em pacientes que tenham alto risco cirúrgico, ou seja, que tem doenças muito descompensadas e portanto, podem ter complicações do ato anestésico/operatório. A anestesia local não deve ser realizada naqueles pacientes alérgicos a esses compostos. Infecção da pele no local, ou próxima ao campo operatório devem determinar adiamento do procedimento. Atualmente, com os avanços da anestesiologia, é possível realizar a flebectomia na maioria dos pacientes de forma segura.

Como é feito o tratamento?
Quando o paciente tem poucas varizes a serem tratadas, esse procedimento pode ser feito com segurança em ambiente ambulatorial, com anestesia local. No entanto, em casos de muitas veias a serem retiradas, a flebectomia costuma ser feita dentro do ambiente hospitalar, com o paciente anestesiado. O tipo de anestesia dependerá das condições clínicas do paciente, a quantidade de varizes a serem retiradas, a preferência do cirurgião e a escolha do paciente, após esclarecimentos. No Brasil, a raquianestesia (aquela que é dada nas costas e anestesia do umbigo para baixo, sabe?) tem grande aceitação por permitir a manipulação cirúrgica com grande conforto para o paciente. Antes da cirurgia, o cirurgião vascular põe o paciente de pé e marca as varizes com uma caneta apropriada, desenhando e mapeando todas as veias que pretende tirar. Podem ser utilizados aparelhos que através de luzes especiais, revelam veias mais profundas não percebidas a olho nu. Essa é uma etapa muito importante do procedimento e conta com a participação do paciente que deve sinalizar se alguma veia o incomoda e deve ser marcada. Após a anestesia, começamos o ato operatório propriamente dito. Ao lado de cada veia dilatada, fazemos uma microincisão com auxilio de uma agulha ou lamina de bisturi com ponta bem fina e, através desse furo, “pescamos” a veia com uma pinça que tem um gancho na ponta, exatamente igual a uma agulha de crochê. Puxamos a veia e vamos retirando a mesma em pedaços até a completa extração de toda extensão previamente marcada. O material utilizados deve se adequar ao calibre das veias: as mais finas são retiradas com material delicado e as mais grossas com material mais robusto. Essa escolha implica bastante no resultado estético do procedimento. A alta hospitalar costuma realizar-se no mesmo dia da cirurgia, após enfaixamento do membro com curativo ou meia elástica de acordo com a preferência do médico.

E o resultado?
Os pacientes costumam se recuperar muito rapidamente após a realização de flebectomias, com retorno precoce ao trabalho, até mesmo no dia seguinte ao procedimento, quando poucas veias são tratadas. Se forem retiradas muitas veias, o repouso pode se estender até a segunda semana após a cirurgia, mas isso varia muito de um paciente para o outro e conforme o porte cirurgico O resultado é muito bom a longo prazo, quando todas as veias doentes são retiradas, tanto estética quanto funcionalmente. O alívio dos sintomas é notado já nos primeiros dias após a cirurgia. Já as cicatrizes levam um tempo muito maior até assumirem um aspecto discreto, passando por fases de vermelhidão, seguidas de clareamento progressivo até a aparência final quase imperceptível.

Quais os riscos?
Como em todo procedimento cirúrgico, há descrição de complicações relacionadas a flebectomias. Elas são de ocorrência rara, mas devem ser explicadas antes do procedimento. Incluem mais frequentemente: infecção do sítio cirúrgico, neuropatias, flebites, trombose venosa profunda e manchas escurecidas na pele. A execução da flebectomia de forma minunciosa e precisa, com esmero e paciência aliada ao cumprimento dos cuidados pós-operatórios, minimizam muito os riscos e garantem um resultado muito satisfatório

Cuidados após o tratamento?
Após a cirurgia, recomendamos repouso relativo com os membros inferiores elevados. Isso significa que o paciente não deve ser manter deitado o tempo todo, sendo indicada a movimentação ativa das pernas para evitarmos tromboses. Ande cerca de 15 minutos a cada hora enquanto estiver acordado. Usar rigorosamente as medicações prescritas pelo seu médico, que podem incluir antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e pomadas. Hematomas sobre as veias retiradas são absolutamente normais e esperados e duram, em média, 4 semanas. Não devem ser expostos ao sol para evitarmos manchas indesejadas. Existem no mercado, várias substâncias para absorção mais rápida dessas áreas arroxeadas. Aos poucos, você deve voltar a sua rotina habitual, fazendo esforços progressivamente maiores até a recuperação da rotina. O uso da meia elástica pode se manter por 1-4 semanas de pós-operatório a depender da evolução.

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